A frase que intitula este texto, é-me particularmente
familiar, e quem me conhece sabe que continuo a acreditar
verdadeiramente que esta nossa Terra necessita de uma
gestão municipal que trace um fio condutor, bem delineado,
agregador e verdadeiro. Nos últimos anos de administração
do executivo socialista, Odivelas tem sido devastada
com políticas eleitoralistas desastrosas, que não visam
os interesses da população e por conseguinte do próprio
concelho. Por isso, sou uma odivelense inconformada, e
não me demito de participar civicamente em todas as ações
em que acredito. Estou convicta que, para Odivelas o que
verdadeiramente importa, é o incremento das condições de
vida dos seus Munícipes.
Num concelho como o de Odivelas que, como todos
sabemos, tem carências a vários níveis e onde o executivo
municipal não tem tido nem vontade, nem capacidade,
de dinamizar e revitalizar o comércio local nestes últimos
anos, temos assistido a uma desertificação do comércio de
proximidade que se agravou no tempo e bem mais, com
as medidas impostas pela pandemia em que esta situação
conhece contornos nunca vistos. É uma realidade que a
situação pandémica que atravessamos mudou radicalmente
a vida de todos nós. A urgência de adaptação às necessidades
em que vivemos e a informatização dos negócios foi uma
delas. Infelizmente o comércio local na sua generalidade
não possui capacidade de criar e gerir plataformas de
vendas online, ficando dependente das redes sociais para
promoção, encontrando-se por isso refém e sem soluções
à vista. Num concelho rotulado como “dormitório”, que é
Odivelas em que grande parte das pessoas saem de manhã
para trabalhar e regressam à noite, a afetação foi muito
significativa.
Numa operação COPY/PASTE de uma medida apresentada
pelo Associação Pensar Odivelas uns meses antes, o
executivo municipal socialista anunciou a criação de uma
Plataforma intitulada: “Odivelas vai às Compras” que teve
custos avultados para o erário público, mas que não passou
de mais uma enxurrada de intenções, uma medida show
off a acrescer a tantas outras, como sucede quase sempre
com anúncios de medidas eleitoralistas, elaboradas sem
nexo e sem sustentabilidade. Saliento, no entanto, que se
esta Plataforma de acordo com o valor que foi anunciado
sobre o custo da sua criação, tivesse gerado resultados
práticos, faria presentemente com toda a certeza uma
enorme diferença para os comerciantes locais. Portanto,
em rigor, esta responsabilidade é do executivo municipal,
porque mais uma vez não existiu qualquer preocupação
dos autarcas em corrigir estas assimetrias nem tão pouco
se pensou que para inúmeros pequenos empresários, o seu
pequeno negócio constitui o único rendimento das suas
famílias. Numa altura em que o futuro se mostra cada vez
mais incerto, o executivo camarário deve centrar as suas
preocupações com o pequeno comércio local, que mantém
as estruturas e as artérias vivas da cidade. Algumas das
receitas tanto das câmaras municipais como das juntas
de freguesia proveem dos comerciantes e das empresas
locais (IRS, Derrama e Taxas Municipais), em Odivelas este
sector tem ainda maior relevância, porque para além da
receita gerada, o comércio local constitui igualmente um
dos maiores empregadores do concelho, e os autarcas
deste Município na hora da recolha de impostos não se
esquecem deles, mas na altura de os apoiar ignoram-nos,
senão vejamos o que sucedeu em 2020 e que se prolongou
agora durante 2021.
Com o intuito de “modernizar” a cidade, o executivo municipal
socialista destinou 3 milhões de euros para a recuperação do
centro histórico da cidade, o que significou o encerramento
prolongado das vias públicas intervencionadas pelas obras,
que afundaram ainda mais o comércio de rua vital, não só
para a própria sustentabilidade dos comerciantes, como
igualmente no conceito de rede social local com a população.
Todos sabemos que, um comércio local débil coloca em
perigo vários postos de trabalho, a sobrevivência económica
de várias famílias e uma vida social mais pobre dentro de
cada uma das suas freguesias. O apoio ao desenvolvimento
económico tanto das empresas que operam no concelho
como aos comerciantes é, na atual situação económica do
país e de Odivelas, uma questão absolutamente prioritária.
De momento, exceto casos de pobreza extrema (doença
/ covid-19 ou deficiência), nenhuma outra causa merece
maior preocupação que a criação de novos postos de
trabalho e da manutenção dos existentes. De acordo
com esta realidade e perante a ineficácia do trabalho
desenvolvido pelo executivo socialista, não existiu um plano
estratégico para o desenvolvimento e apoio à economia do
concelho de Odivelas.
Estas obras de requalificação pública em Odivelas, que
passaram entre outros aspetos, pela construção de ciclovias
projetadas atabalhoadamente e inseridas nas principais
artérias da cidade, além de não terem sido salvaguardados
os requisitos essenciais para a boa fluidez da circulação
de peões por um lado, e por outro, com a inusitada
supressão de uma faixa de rodagem, o que se traduz num
constrangimento sem precedentes ao nível do trânsito
e das respetivas acessibilidades, criando-se verdadeiras
condicionantes para a mobilização das forças de auxílio e
segurança, como sejam os bombeiros, ambulâncias ou
polícia de segurança pública. E simultaneamente, nas
restantes freguesias não se vê nada que possa ter sido feito
para resolver os problemas estruturais existentes, como
sejam, ao nível da repavimentação de vias, transportes,
saneamento e de iluminação que estão na mesma situação
precária há anos!
Isto significa que, o executivo municipal primeiramente
fez obras para afastar os munícipes do comércio local,
com a agravante de não ter implementado medidas que
contrariassem o encerramento das lojas de rua, e vem agora,
a seis meses de eleições autárquicas anunciar medidas e
aprovar um programa (tipo penso rápido) orçamentado
em 1,2 Milhões de euros à custa dos nossos impostos e
dos comerciantes, e como se não bastasse, ainda rotulou
o suposto Programa como “Estamos Juntos” – Há aqui uma
perversa promiscuidade de profundo desrespeito pela
economia local, pelos comerciantes e pelas pessoas.
O CDS-PP de Odivelas no último trimestre do ano passado
propôs um apoio total de € 2,5 Milhões para o comércio
local, com um conjunto de cinco medidas concretas
concertadas e agregadoras e o executivo só agora num
segundo confinamento devido á pandemia e às portas de ir
a sufrágio eleitoral é que acordou para a realidade. Odivelas
vai ter que mudar obrigatoriamente, porque está a atingir
um ponto de não retorno!
A Autarquia não pode tratar as pessoas desta forma…
aproxima-se uma oportunidade de se escrever uma nova
página importante na nossa história, uma possibilidade
de podermos resgatar Odivelas do desnorte instalado
pela governação municipal socialista que paulatinamente,
tem vindo a implementar medidas desastrosas através
de políticas de gestão danosas as quais têm conduzido, a
uma verdadeira degradação do Município de Odivelas,
comprometendo e que maneira o seu desenvolvimento.
Não nos podemos esquecer que Odivelas não tem
fundos financeiros que lhe permitam arcar com projetos
faraónicos, totalmente irreais que correm sério risco
de nos comprometer ainda mais no futuro. Para isso já
temos o Pavilhão Multiusos, que custa ao erário público
a módica quantia de € 145 mil por mês, sabendo-se que
esta obra totalizará um encargo total para o Município
de 43 milhões de euros. Como todos sabem, esta obra foi
fruto de uma PPP-Parceria Público Privada, completamente
desgovernada e acima de tudo, sem que tenha sido
elaborado um plano concertado de autofinanciamento
do respetivo equipamento que possibilitasse suportar
este enorme encargo! E atenção que um Regulamento
de funcionamento, cedência e utilização nada tem a ver
com um plano de rentabilidade que possibilite angariar
receitas que suportem o elevado encargo financeiro. Mais,
os Odivelenses, em tempos de pandemia, têm sido alvo de
um verdadeiro atentado no que concerne à saúde pública e
às medidas de combate à prevenção e contenção do vírus
da COVID-19, por um executivo municipal socialista que
permaneceu quase um ano completamente inerte! Nada
fez que possibilitasse a defesa dos seus munícipes! Não se
compreende, que após um ano de Pandemia, estejam ainda
sem computador portátil para acesso a aulas à distância,
quase 2.000 alunos deste Município!
Em suma, os odivelenses em particular e os portugueses em
geral vivem tempos conturbados, difíceis para todos, é certo
que não poderemos atribuir responsabilidades dos efeitos
desastrosos originados pela pandemia que é uma situação
de calamidade pública, mas os munícipes de Odivelas
deveriam ter tido apoio do executivo municipal socialista e
isso não se verificou, nem na teoria nem na prática.
Odivelas, precisa de um Rumo!
Madalena Pinto Varela
Vice-presidente do CDS Odivelas
Artigo retirado do Odivelas Noticias